quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Giulio Ferrari X Dom Pérignon

Pessoal!!!
Até que não é má ideia comparar um dos melhores espumantes do mundo com o champagne mais famoso de todos os tempos. Ainda mais se a safra for a melhor dos últimos 20 anos. Nesse desafio, quem vence? Giulio Ferrari ou Dom Pérignon? Confira:

Giulio Ferrari X Dom Pérignon

Noite das estrelas


Vamos lá!!! Como fazer uma noite 6 estrelas?
Fácil! Vai a dica: junte pessoas que você gosta (amigos, confraria, namorada, família...). Selecione um restaurante maravilhoso com bom atendimento e comida. Escolha vinhos que fiquem eternamente na memória...

Parece simples né?
Pois é... faz 8 meses que juntamos a confraria e abrimos essas duas garrafas maravilhosas. Escolhemos um restaurante excelente: Dom Francisco (402 sul  em Brasília). 

Sommelier Fabiano Lopes, um serviço impecável!

O sommelier Fabiano Lopes (homologado pela ABS e um dos melhores sommeliers da Capital) ficou responsável por servir essas maravilhas. Provamos muita coisa boa na noite, mas o que mais ficou na memória além do momento maravilhoso foram essas garrafas...

Um brinde ao encontro de amigos queridos que fazem sempre nossas vidas especiais! Saudades! =)

O serviço do vinho foi em uma taça de vinho tinto, pois queríamos alcançar o potencial do vinho base, fazendo o vinho "respirar melhor" e evoluir os aromas. 

Nota: vai ter gente perguntando se perdemos a perlagem. A resposta: muito pouco! Esses espumantes são sensacionais! Olha a data do vintage: 2002. Se não perdeu até abrir, imagina...

Agora vamos ao momento de contemplação... uma emoção maravilhosa! Ver esses dois na sua frente, um do lado do outro. A primeira vez que se prova, nunca se esquece.


E agora?
Vamos avaliar cada um e dar o veredicto!

Giulio Ferrari Riserva del Fondatore 2002, elaborado de 100% Chardonnay e ficou mais de 9 anos ''sobre as leveduras'' na garrafa. Um Italiano da Região de Trentino.

Premiações mais Relevantes: O melhor produtor de espumantes de 2015 no mais importante concurso de espumantes do mundo: The Champagne and Sparkling Wine World Championships; JANCIS ROBINSON: 17,5 pontos; WINE ENTHUSIAST: 94 pontos; I Vini di Veronelli: Super 3 stelle; Gambero Rosso: 3 bicchieri; Robert Parker: 96 pontos.


Apresenta cor palha intenso com reflexos dourados, perlagem fina e muito persistente. Aromas complexos, croissant, pão, levedura, avelã e no final mel (quando já está um tempo na taça). Em boca é muito cremoso, sua perlagem preenche a boca. Apresenta notas de manteiga e muita complexidade. Avaliação: Excelente espumante.


Dom Pérignon Vintage 2002: o Champagne mais famoso do mundo! E além disso, sua safra de 2002 foi a melhor dos últimos 20 anos!!! Feito de Chardonnay e Pinot Noir dos melhores vinhedos "crus" de Champagne.

Abro um parêntese para lembrar que ele é feito nos anos Vintage, quando a safra é sensacional!!! (Apenas quando é sensacional). O último ano vintage em Champagne foi 2006, o mesmo ano do último Dom Pérignon vendido no mercado atualmente. 

Outra observação é que demora 8 anos para fazê-lo. São 8 anos sobre as leveduras em adega para atingir essa complexidade. É o melhor champagne da casa (por isso é um Cuvée de Prestige) feito dos melhores vinhedos da região, os "crus". E a Moët Chandon só o faz se a colheita do ano foi vintage. Ok? Então, se puder comprar o 2006... pois foi o último ano vintage... o próximo? Quem sabe? Somente quando sair o ano vintage (não sabemos quando e nem se vai ter um), daí, some mais 8 anos para fazer a garrafa.


Bom, vamos ao que interessa!

Apresenta cor palha intenso (pouco mais claro que o do Giulio) com reflexos dourados, perlagem fina (mais fina) e muito persistente (durou mais que o do Giulio). Aromas, começam por um cítrico, floral, maçã verde, abacaxi... nessa hora comentei com o Sommelier Fabiano que eu preferia o estilo do Giulio (cremoso, amanteigado). Esse quadro se repetia no paladar. 

Deixando-o na taça, respiando... ele foi crescendo! evoluindo!!! Enquando o Giulio decaia, este, crescia e melhorava a cada gole.

Foram surgindo aromas mais complexos, pão, croissant, levedura. Passando por avelã, notas de mel e um caramelo bem nítido (quando já está um muito tempo na taça, quase acabando, com pouca perlagem, porém vivo!). Em boca é cremoso (menos que o Giulio), sua perlagem preenche a boca, sendo mais fina e persistente. É mais delicado, mais "acabado", mais elegante e curioso que o Giulio. Achei sensacional!!! 

Não tem jeito... vou dar 6 estrelas que ele merece! Até hoje só o Vega Sicília Reserva Especial Único tinha ganhado esse status aqui no Blog Enofilia.


Um vinho extraordinário de caráter profundo e complexo, exibindo todos os atributos esperados de um vinho clássico de sua variedade. Vinhos deste calibre são dignos de um esforço especial para encontrar, comprar e consumir. Podemos considerar um vinho com 6 taças como sendo “perfeito”. É um vinho extraordinário para uma ocasião extremamente especial. Vinhos nesta categoria são o melhor produzido do seu tipo. 

Conclusão:

Os dois são excelentes! Preferi o Dom Pérignon ao Giulio Ferrari, pois ele é mais delicado, mais elegante e evolui de forma sensacional na taça. E não me venham falar mal do Giulio, ok? Robert Parker deu 96 pontos! (Só para lembrar).

Fechando a matéria... Uma foto com minha noiva (agora noiva) maravilhosa. Comemorando 4 meses juntos (nesse dia). Que noite especial!