sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Pessoal!!!
É com muita Alegria que convido o jornalista Orestes de Andrade Jr, do Pautas de Guarda,  para a minha coluna de PARTICIPAÇÃO ESPECIAL, onde a cada 15 dias, alguém de um blog, revista, site e etc... vai estar mostrando aos leitores, um pouco do seu trabalho. Desde já agradeço a participação dele. 

Confira o post... e até mais uma PARTICIPAÇÃO ESPECIAL. Obrigado!

Vinho: Embarque Nessa Viagem



Se você é um consumidor de vinho já sabe: não é simples ingressar no Mundo de Baco. Se você não é, justamente este deve ser o principal motivo – a dificuldade em ser um enófilo, como são chamados os amantes da bebida que resulta da fermentação alcoólica da uva fresca ou do mosto, com um conteúdo mínimo de 7% de álcool. Aí está a definição técnica de vinho. E já começou a complicação. Ao contrário da cerveja – paixão nacional – onde não há requintes de consumo (é só abrir a garrafa ou latinha, bem gelada de preferência), o vinho exige uma série de regras.


Primeiro, não é tão fácil abrir a garrafa. É preciso um abridor especial, de nome saca-rolhas. Existem aos montes por aí, de todos os tipos. Segundo, a rolha deve ser tirada com técnica e apuro, e depois devidamente cheirada. Feito isso, em que copo servir? O melhor é uma taça. E existe uma para cada tipo de vinho, incluindo os vinhos borbulhantes, mais conhecidos como espumantes (ou champagne, se vier da região de mesmo nome na França). Antes de sorver o primeiro gole, é aconselhável conferir a temperatura. Mais baixa (de 4ºC a 8ºC) para espumantes e vinhos brancos, mais alta (de 12ºC a 18ºC) para os tintos e fortificados.


Viu quantas etapas é preciso vencer para degustar um vinho? É ou não é complicado? E o pior, não acabou. Antes de cumprir todo este ritual, ainda é necessário comprar um vinho – tinto, branco, rosé, espumante, frisante, fortificado... E sabe quantos rótulos estão à venda somente na cidade de São Paulo? Mais de 22 mil. São Paulo é a terceira metrópole mundial com maior variedade de vinhos à disposição do consumidor, atrás somente de Londres e Nova Iorque. Só o Brasil tem pouco mais de 1.200 vinícolas, sendo a maioria (cerca de 700) no Rio Grande do Sul, principal estado produtor. Mas a elaboração de vinhos e espumantes já se espalha por 10 estados país afora.




Ou seja, em frente à adega de uma loja, na prateleira do supermercado ou, especialmente, com a carta de vinhos em mãos em um bar ou restaurante, as dúvidas são imensamente maiores do que as certezas. Mas quer saber, é por isso que o mundo do vinho é tão apaixonante. Não só pela diversidade, mas sobretudo pelo desafio do conhecimento. “Apreciar vinhos é uma viagem por várias culturas”, afirma o consultor Marcelo Copello, escolhido como o jornalista de vinhos mais influente do Brasil pela revista Meininger´s Wine Business International (Alemanha), a mais respeitada publicação mundial dedicada aos negócios do vinho, com circulação em 40 países. “A primeira coisa a fazer é controlar a ansiedade e o medo diante de tanta informação”, aconselha.

Copello diz que o consumo de vinho é algo para se fazer na companhia de alguém. “Você só vai aprender se ler, provar e viajar, tendo sempre alguém para compartilhar suas experiências”, afirma. Para ele, o melhor é ter um amigo conhecedor de vinhos ou um “guru”. “Alguém que te mostre os atalhos e as pedras do caminho desta viagem infinita e muito enriquecedora”, observa. Copello alerta que a complexidade do mundo do vinho é o seu maior prazer. “É infinito. Você nunca vai saber tudo. É por isso que é tão estimulante”. O crítico de vinhos, que dá cursos para enófilos pelo Brasil, fala que o consumo de vinhos é uma “brincadeira boa para a vida toda”. É uma viagem inesgotável.

E esta viagem deve ser, antes de mais nada, divertida. “Não tem porque ser penosa. Tem é que dar prazer”, argumenta Júlio César Kunz, engenheiro de alimentos pela UFRGS, mestre em gestão e marketing do setor vitivinícola pela Universidade Paris-Ouest (Nanterre – La Défense) e colunista do PG. “A minha dica é: esqueça as regras. Experimente vários rótulos e descubra os seus vinhos prediletos baseado apenas no seu gosto pessoal. Fuja daqueles que não lhe agradam. Vinho não é remédio, apesar de fazer bem para a saúde. Esta será a melhor viagem de autoconhecimento que você fará”, sugere.  Então, boa viagem e tim-tim!


Por:
Orestes de Andrade Jr.

Sobre o Pautas de Guarda e seu Autor Orestes de Andrade Jr:



Sou jornalista, pai do Pietro, colorado, marido da Elisângela Hesse e apreciador de vinhos, não necessariamente nessa ordem. Este blog foi criado para registrar matérias que merecem ser guardadas. São pautas de guarda, tão em desuso na imprensa atual, mais interessada em definir espaços (minúsculos) do que trazer boas histórias. Aqui, não vou me preocupar em postar textos pequenos, fáceis ao leitor da internet. Acho que ainda há interessados em pautas de guarda, assim como há quem goste de vinhos de guarda. Minha sugestão é simples "imprima e leia no banheiro". Se não gostar, o destino estará perto.