segunda-feira, 19 de junho de 2017

325 anos da Taylor’s

Pessoal!!!
Em maio de 2017 a Taylor’s comemorou mais um aniversário. Em 1692 o primeiro carregamento de vinhos da tradicional casa de portos embarcava para a Inglaterra. 325 anos depois a história se repetia no cais de Vila Nova de Gaia, Portugal. Confira:


325 anos da Taylor’s

Por André Maia, colaborador em Portugal


Em um ensolarado dia de primavera em Portugal, cheguei pelas 19h nas Caves Taylor’s e já se iniciava a partida da simbólica pipa de carvalho para o cais. Vestidos com os trajes típicos de fins do século XVII, dois homens carregavam a pipa como se conduzissem a realeza. O mais nobre vinho da clássica casa de portos. Era a realeza! Tambores davam o ritmo da marcha e os convidados foram descendo pelas ladeiras de Vila Nova de Gaia em um animado cortejo festivo.

A breve caminhada conduziu-nos ao cais de Gaia, onde já aportava o moderno veleiro #Taylor325. O CEO da Taylor’s Adrian Bridge cumprimentou o comandante e embarcou o vinho em meio a aplausos. O momento sintetizava o que a marca representa: tradição em inovar, inovar com tradição. 


Para ver a cerimônia: 

http://taylor.pt/pt/sobre/325-aniversario/ 


Também marca a data o lançamento de uma edição limitada de porto tawny, o 325th Anniversary. Um blend de Tawnies de 10, 20, 30 e 40 anos de idade, esse néctar vem em uma garrafa única inspirada nos formatos utilizados em fins do século XVII. É um item de colecionador! O produto acaba de ser lançado em Portugal e já está a caminho do Brasil. 

Para mais informações: 

http://taylor.pt/pt/catalogo/vinho-do-porto/velho/325-aniversario/325-aniversario/


No dia seguinte à cerimônia, grupos de jornalistas, enófilos, sommeliers e proprietários de restaurantes e lojas de todo o mundo visitaram as Caves Taylor’s, onde o grupo armazena os seus vinhos e recebe turistas interessados em conhecerem a história e o método de produção da marca, além, claro, de provarem o que ali se produz.

O mapa do Douro na entrada da visita.

Fernando Seixas, responsável pelas exportações da marca para América Latina e África, conduziu a visita do nosso grupo. (Alguns dos leitores do blog certamente já tiveram o privilégio da companhia do Fernando em feiras e eventos vínicos pelo Brasil. Com um grande carisma, sempre descomplica os vinhos que apresenta, mas não os desmistifica. O vinho do porto segue sendo mítico, mas um mito a ser bebido).


O percurso do enoturismo da Taylor’s foi renovado em 2016 e, após visitar outras grandes casas de porto, afirmo com tranquilidade que a visita destaca-se pela quantidade e qualidade das informações trazidas para se compreender a elaboração do vinho do porto e o que define as suas características fundamentais: os tipos de carvalho e o tempo de envelhecimento, as principais castas de uva, os diferentes terroirs do Douro, a colheita e o transformar a uva em vinho. Tudo está lá de forma acessível.


Xisto, o famoso solo do Douro

Vídeo relatando a colheita no Douro

Balseiro com capacidade para 100 mil litros de vinho do porto de tipo Ruby

Sobre o ritual de abrir e apreciar um porto vintage

Após a visita, a prova. Fizemos mais um passeio, mas desta vez por alguns destaques da marca, de modo a compreender a essência do que a Taylor’s produz. Dentre os Tawnies, aqueles portos que envelhecem em pipas de carvalho por vários anos e são engarrafados prontos para beber, provamos toda a gama com indicação de idade: 10, 20, 30 e 40 anos.  



É uma festa de complexidades (é mesmo no plural!) ao redor das notas de madeira que os anos em carvalho foram deixando.  Apesar de achar adequada a descrição que diz se tratar de uma “escadinha rumo ao céu”, confesso que toda vez me surpreendo. Naquela prova o 10 anos tinha qualquer coisa de especial. Acertar desde a base não seria um dos méritos de uma grande casa? Pois é!


Já na família dos Rubys, portos que envelhecem por poucos anos em grandes bolseiros, sobressaem as notas da fruta. Aqui, é a uva o destaque. Provamos um Ruby reserva (Taylor’s Select) e um Vintage single quinta (Vargelas 2012). O reserva está pronto para beber. É um vinho fácil e muito saboroso para acompanhar sobremesas a base de chocolate. É um vinho acessível e especialmente interessante para quem quer começar a apreciar portos. Não há erro.

Por sua vez, o Vargellas 2012 é um vintage com uvas provenientes exclusivamente da  Quinta de Vargellas, localizada no Douro Superior e a principal propriedade da Taylor’s. É tida como uma das mais belas quintas de Portugal e o sabor do vinho faz jus à beleza da terra. Já bastante saboroso, o Vargellas 2012 certamente irá melhorar pelos próximos 5 anos, mas é certo que terá uma longevidade para duas décadas ou mais (bebi um Vargellas 1996 no último Natal e estava especialíssimo). 


Fechamos essa maravilhosa visita no delicioso restaurante da Taylor’s, onde tivemos a atenção do simpático Adrian Bridge, CEO do grupo The Fladgate Partnership, holding que controla as marcas Taylor’s, Fonseca, Croft e Krohn. O Adrian explicou-nos que o grupo já iniciou as obras do World of Wine, parque de entretenimento para os amantes do vinho a ser inaugurado em Vila Nova de Gaia no ano de 2020. Já estou ansioso!  Para fechar essa grande celebração, mais um belíssimo dia de primavera adornava a cidade do Porto, para a qual tínhamos vista privilegiada. 

Agradeço à Taylor’s e à Qualimpor, importadora brasileira de produtos da marca, pelo convite.


Ao centro, Adrian Bridge (Taylor’s) e João Palhinha (Qualimpor) com o grupo de convidados

Texto produzido por André Maia:

André Maia e Ayrton Gissoni
(Foto antiga de uma degustação beneficente organizada por André) 

André Maia é mestrando em Direito pela Universidade de Coimbra com bacharelado em Direito e Relações Internacionais pela Universidade de Brasília. Tem interesse em regulações de mercados, propriedade intelectual e regimes de bens com denominação de origem controlada. É apaixonado por vinhos há alguns anos, quando foi surpreendido com um vin de pays em um término de namoro. Mesmo numa caneca de plástico, desceu bem. Alguns meses depois, uma amiga o presenteou com um Moleskine. Resolveu dar ao famoso caderninho um honroso destino. Desde então, coleciona todos os rótulos interessantes que já bebeu