domingo, 16 de julho de 2017

Pessoal!!!
Participei de um jantar maravilhoso com a importadora Mistral ao lado do Pedro Lobo, diretor da Quinta do Vale Meão. A noite foi excelente: comida, conversas, apresentação do produtor e principalmente os vinhos. Confira o post e saiba mais sobre o produtor:

Desde já agradeço imensamente o convite feito pela Mistral. Muito obrigado! Adorei ter participado do jantar com os jornalistas e principalmente conhecer os vinhos de uma das principais vinícolas de Portugal.


Quero também dar os parabéns pelo serviço impecável feito pelo sommelier Maico Douglas do Grupo Rubaiyat. Tudo excelente! Parabéns.

Os Grandes Vinhos Portugueses - Quinta do Vale do Meão


Fantástico produtor que, em pouco tempo, se tornou um dos maiores nomes de Portugal. Chamado de “Barca Nova”, pois é produzido com uvas dos mesmos ótimos vinhedos que produziam o Barca Velha.

Recentemente, foi considerado pela Revista de Vinhos como o melhor vinho tinto de Portugal, em uma prova na qual participaram 27 dos maiores tintos lusitanos. Quinta do Vale Meão também merece as mais altas notas da Wine Spectator para vinhos portugueses como os 97 pontos para a safra 2004 e os 95 pontos para 2003, entre as mais altas notas para vinhos tintos do mundo. Raro e disputadíssimo, é um ícone de minúscula produção.


A uva privilegiada para cultivo nos vinhedos do produtor, na região do Douro, é a Touriga Nacional, variedade que passou a ser cultivada a partir dos anos 80, quando a Quinta do Vale Meão iniciou o plantio de vinhas em solo antes submerso pela barragem da Valeira.

A diversidade do solo nos vinhedos da Quinta do Vale Meão proporciona elevada variabilidade de terroirs, garantindo complexidade aos vinhos elaborados com uvas que são cultivadas em xisto, granito e aluvião.

Revitalizando a Adega dos Novos e a Adega da Barca velha, a Quinta do Vale Meão foi capaz de unir as novas técnicas de produção aos modelos tradicionais da vitivinicultura. A Adega da Barca Velha, por exemplo, ganhou novos equipamentos, mas permanece como a casa dedicada ao armazenamento dos reputados Vinhos do Porto.

A Quinta do Vale Meão elabora 3 tipos de vinhos tintos, os vinhos de corte Meandro Tinto e Quinta do Vale Meão e o vinho varietal “Monte Meão - Touriga Nacional”. Além disso o produtor elabora também o vinho de corte Meandro Branco, que é produzido com as uvas Arinto e Rabigato, em iguais proporções.


Sobre o Produtor:

História: Em 1877 D. Antónia Adelaide Ferreira, já proprietária do maior património agrícola do Douro, comprou em hasta pública 300 hectares de terra virgem à câmara de VN de Foz Côa. O seu sonho era de construir a partir do nada uma exploração modelo, concretizando nela toda a vasta experiência acumulada ao longo da sua vida de empresária duriense. Este projecto ambicioso foi totalmente levado a cabo entre 1887 e 1895. Foi a última e mais significativa realização daquela Senhora, que no entanto pouco dela gozou, pois morreu em 1896.

Desde então a quinta manteve-se sempre na posse dos seus descendentes. A partir dos anos 70 o seu trineto Francisco Javier de Olazabal assumiu a sua gestão e iniciou um longo processo de aquisição de partes indivisas dos seus familiares e comproprietários, e em 1994 tornou-se juntamente com seus filhos, único proprietário da Quinta. Até então as uvas da Quinta eram vendidas á empresa AA Ferreira S. A., fundada pelos descendentes de D. Antónia, e estavam na base de alguns dos seus melhores vinhos. Essa ligação continuou até 1998, ano em que Francisco Javier de Olazabal decidiu renunciar ao cargo de presidente de A. A., Ferreira S.A. para se dedicar juntamente com seu filho enólogo Francisco de Olazabal y Nicolau de Almeida, à produção, envelhecimento e comercialização dos vinhos da quinta, através da criação da sociedade F. Olazabal & Filhos, Lda.




Terroir: A partir dos anos 80, foi levada a cabo uma reconversão importante da vinha, em parte resultante da expropriação dos terrenos submersos pela barragem da Valeira. As novas vinhas foram plantadas em talhões com castas separadas tendo-se privilegiado a Touriga Nacional, casta até então quase abandonada no Douro, pela sua pequena produtividade e dificuldade de cultivo, mas que se veio a revelar como particularmente bem adaptada às características edafo-climáticas do Douro Superior, contribuindo grandemente para a qualidade e originalidade dos vinhos da Quinta. Dado que os terrenos da Quinta apresentam características geológicas diferenciadas – xisto, granito e aluvião  – procurou-se tirar partido dessa diversidade por forma a garantir a sua complexidade.




Filosofia: É nosso propósito explorar ao máximo, em benefício da originalidade e complexidade dos nossos vinhos, a combinação das diferentes castas tradicionais do Douro, provenientes de parcelas separadas e os diferentes estilos que resultam da variedade geológica dos nossos solos. Também privilegiamos a combinação de método tradicional de vinificação em lagares com as modernas tecnologias. Para esse efeito foi restaurada e totalmente reequipada a centenária Adega dos Novos, respeitando a sua bela traça arquitectónica e recuperando os imponentes lagares. Em 2007 foi igualmente recuperada a Adega da Barca Velha, dedicada exclusivamente à armazenagem do Vinho do Porto.


Sobre os Vinhos:

Pessoal, falarei aqui sobre os 3 destaques da noite. Vamos lá:



Quinta do Vale Meão 2013: Uvas: 55% Touriga Nacional, 35% Touriga Franca, 5% Tinta Barroca e 5% Tinta Roriz. Passou por 18 meses em barricas de carvalho francês, sendo 60% novas. Grandioso tinto que desde a sua primeira safra (1999) tem conquistado altas notas da imprensa especializada. 

WINE ENTHUSIAST 97 PTS / 2013
Quinto lugar na lista top 100 Cellar Selections 2016 da Wine Enthusiast

Relatório da Vindima: Após um final de vindima de 2013 muito chuvoso, o Outono surgiu quente e seco com apenas 4 mm de precipitação em Novembro. No final do ano a chuva voltou em força e os meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro foram extremamente chuvosos – cerca de 400 mm, ou seja, um valor muito próximo da média anual desta sub-região. Neste período a temperatura foi sempre mais elevada do que o habitual o que conduziu a uma antecipação na data de abrolhamento de cerca de 15 dias em relação a 2013. Contudo, durante o ciclo vegetativo a temperatura foi mais baixa do que a média o que, associado a uma precipitação regular de Março a Agosto fez com que os níveis de stress hídrico fossem muito baixos ao longo de todo o ciclo. Assim, obtivemos cobertos vegetais densos e uma produção equilibrada, o que conduziu a uma maturação perfeita. O facto de a temperatura ser mais baixa do que o normal, permitiu uma maior eficiência fotossintética das plantas e a precocidade do abrolhamento manteve-se até à vindima. Assim, iniciamos a vindima no dia 23 de Agosto com a casta T. Amarela. Dada a homogeneidade da maturação, avançamos rapidamente para as restantes castas e por isso, quando surgiram as chuvas de meados de Setembro tínhamos já cerca de 85% da vindima concluída. O facto de no Douro Superior termos tido um ano mais fresco do que o habitual, sendo o nosso maior desafio a gestão do excesso de calor, permite-nos antever um ano de qualidade excepcional. 

Vinificação: Após esmagamento as uvas passam por um choque térmico seguido de pisa a pé durante quatro horas em lagares de granito. O mosto é transferido para cubas de vinificação de pequena capacidade com controlo de temperatura. As castas são vinificadas separadamente. Estágio em barricas (60% novas e 40% de segundo ano) de 225 litros, de carvalho francês.



Cor rubi escuro. Aromas de frutas vermelhas, notas minerais (especialmente do xisto devido ao solo do Douro) e notas de café. Em boca é elegante, complexo, potente e  possui perfeita integração com a madeira. Os taninos ainda marcam (mostram-se jovens) mas são muito finos e elegantes. 

Ainda é um vinho muito novo e que tem um grande potencial pela frente. Gostei demais. É um vinho para ser aberto em uma ocasião muito especial. Nota: excelente vinho:


Quinta do Vale Meão Vintage Port 2013: Feito das uvas: 60% Touriga Franca, 20% Touriga Nacional, 5% Tinta Barroca, 5% Tinta Roriz, 5% Sousão e 5% de outras castas. 

Relatório da Vindima: Após a vindima, o Outono trouxe tempo chuvoso, o que permitiu atingir o final do ano com cerca de 50% da média anual de precipitação (200 dos 400mm médios), compensando assim a falta de chuva que caracterizou o resto de 2012. O início de 2013 revelou-se seco e frio, com esta situação a prolongar-se até meados de Março. Assim, tivemos um abrolhamento cerca de 15 dias mais tarde do que o normal. A chuva voltou em Março, em tal quantidade que houve, no início da Primavera, uma cheia no Douro. Os meses de Abril, Maio e Junho foram anormalmente frescos e com precipitação relativamente frequente, o que possibilitou um desenvolvimento perfeito do coberto vegetal e uma produção superior a 2012. Entramos no Verão sem qualquer tipo de stress hídrico e com temperaturas mais baixas que o normal para a época. No início de Julho, houve uma onda de calor violenta de cerca de 10 dias que, contudo, não causou prejuízos dado o equilíbrio vegetativo e hídrico alcançado. O resto do mês de Julho voltou a ser mais fresco do que o habitual, tendo Agosto trazido consigo temperaturas típicas da época estival. Esta situação possibilitou uma evolução da maturação muito equilibrada e o atraso que se verificou no período do abrolhamento continuou nos estádios fenológicos subsequentes, protelando inclusivamente a data de vindima.

Vinificação: Após esmagamento e passagem pelo choque térmico, a vinificação processou-se por pisa a pé em lagares de granito e prolongou-se por três dias, até teor de açúcar do mosto baixar para o nível requerido. Seguidamente procedeu-se à sua trasfega para as cubas de estágio e simultaneamente foi-lhe adicionada aguardente para parar a fermentação. Uma selecção rigorosa dos melhores vinhos resultou no lote final.

O Quinta do Vale Meão Vintage é um soberbo Porto Vintage de Quinta, ou seja, é produzido com uvas cultivadas exclusivamente na Quinta do Vale Meão. De minúscula produção, desde que foi lançado já recebeu notas altíssimas de toda a imprensa especializada.



Cor rubi escura. Aromas ainda muito fechados, mas mesmos assim mostra notas de frutas vermelhas, frutas secas e tostado. Em boca é elegante, doce na medida certa, equilibrado, concentrado, potente e frutado. Vai envelhecer muito bem ainda. Nota: Ótimo vinho.


Monte Meão Touriga Nacional 2012100% Touriga Nacional.

Relatório da Vindima: Após o final da vindima 2011, o tempo chuvoso não chegou, tendo sido um Outono anormalmente quente e seco. Apenas em finais de Novembro de 2011 surgiu a chuva, cerca de 100 mm, um quarto da média anual para esta região. O resto do Inverno manteve a tendência e iniciamos o ciclo vegetativo com um teor de água no solo quase nulo. Esta situação dificultou o abrolhamento da vinha que foi, por isso, muito irregular. Apenas em finais de Abril, inícios de Maio surgiu alguma precipitação, cerca de 120 mm, o que foi importantíssimo para a sobrevivência das plantas, num ano extremamente seco. Contudo, a nível térmico, 2012 foi um ano mais fresco do que o normal no Douro Superior, com apenas dois picos de calor, um em Junho e outro em finais de Julho. Esta conjuntura permitiu que a incidência de doenças este ano fosse muito baixa. Em anos com estas características, as plantas adaptam-se às condicionantes e, por isso, foi um ano com paredes vegetativas pequenas, crescimentos baixos e, consequentemente, cachos e bagos pequenos. Esta situação provocou uma quebra de produção de cerca de 20%, com maior incidência nas vinhas velhas. Curiosamente, a maturação foi lenta e não se verificaram perdas de produção adicionais por desidratação de bagos. Assim, a vindima teve início a 4 de Setembro na casta Tinta Amarela, seguindo-se a Tinta Roriz e a Tinta Barroca. As últimas Tourigas Nacionais e Francas foram vindimadas a 27 de Setembro. A qualidade média dos mostos 2012 é muito elevada. 

Vinificação: Após esmagamento as uvas passam por um choque térmico seguido  de pisa a pé durante quatro horas em lagares de granito. Após este processo as uvas são transferidas para pequenas barricas de carvalho francês onde fermentam durante cerca de 10 dias.  O estágio decorre durante 15 meses em barricas usadas de 225 litros, de carvalho francês.


O vinho que escolhi para acompanhar esse belíssimo corte de baby beef Rubaiyat. Cor rubi escuro. Aromas de frutas vermelhas, notas cítricas e florais. Em boca apresenta perfeita integração com a madeira. Elegante, potente, taninos bem presentes e marcantes, boa acidez. Gostei demais. Nota: Ótimo vinho.


Para fechar, na foto: João Baptista (Mistral) e  Pedro Lobo (Quinta do Vale Meão).